Hoje
De manhã, na praia da "menina do mar" (quero escrever sobre ela mas não agora), íamos em fila indiana, eu atrás e as crianças à frente, a sair do mar, quando de repente ouço a 10 cm de mim um bruto dizer: - Ó inteligente! Já podias parar de destruir isso!...
Bem..., numa milésima de segundo, olhei para os miúdos e vi o G. despreocupadamente, como só um rapaz, a emborrachar um carreirinho de areia, pé ante pé. Olhei, e retive o som do Ó inteligente! Milésima de segundo...
Ouvi, colado a mim quando ia a passar:
- Ó inteligente! Já podias parar de destruir isso!...
- Ó grandão! Já-podia-ter-mais-calma-e-perceber-que-a-criança-se-calhar-nem-se-apercebeu-de-nada-rrrrr!...
Vomitei as palavras, olhos nos olhos em tom médio porque a 10cm., num milésimo de segundo. A expressão mudou, adoçou -se e atrapalhou-se, e eu, baixei os olhos, porque também me atrapalhei com a velocidade e a proximidade., nunca mais olhei.
- Pois… sim, é que ele ia por ali fora…
- Pois, mas ele ainda nem percebeu, vai daí, ó inteligente…
- Pois…, talvez
- Pára G. olha que estás a destruir a construção deste senhor.
- Vá ajuda aí, pronto, já está refeito o dique holandez... Desculpe.
Quando chegámos às toalhas lá tive eu que explicar o que era um dique holandez, e o nível do mar, a história do menino que tapou o buraco... Mas pelo canto do olho, detrás dos óculos escuros, voltei a ver o homem, a seguir o carreirinho que ia do mar até perto de nós, ao filho (do tamanho dos "meus"). Sei que também nos viu. Depois, pai e filho, pegaram em óculos e respiradouros e cúmplices foram explorar o fundo do mar.
Bolas, nem acredito que rosnei grandão a um homem que não conheço, a 10cm dos olhos :l Mas também quem lhe mandou não saber escolher as palavras e o tom, - Ó inteligente!...
Bolas, nem acredito que rosnei grandão a um homem que não conheço, a 10cm dos olhos :l Mas também quem lhe mandou não saber escolher as palavras e o tom, - Ó inteligente!...
Budista...
Amanhã se lá estiver, ponho-lhe o filho a jogar petanga, com a quarta cor que anda a sobrar.
Já de tarde no carro, só com duas irmãs, entre histórias que lhes conto dos meus amores quando tinham a idade delas, conta-me a mais pequena:
- sabes Joana, eu lembro-me de uma coisa que o meu pai me disse quando era pequena (oito anos acabados de fazer :) tinha cinco, ou quatro, e que nunca me esqueci porque foi muito bom :)
- espera… não me lembro das palavras… Ah sim! Disse-me… que se eu não tivesse nascido ele não era feliz…
:)
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