liberdade: novembro 2013

liberdade

26.11.13

Recordar: choro

"Fazes parecer tudo tão fácil e eu vou chorando comovida a ler as tuas insistências e lembro-me que também tinha a capacidade de ser corajosa e que tinha espaço atrás das costas para onde atirava aquilo que volta não volta me tentava impedir de ser feliz... era só o que faltava! Quando dizes que somos NÒS eu choro porque tenho tantas saudades de mim capaz, capaz de desfrutar, capaz de partilhar, capaz de sonhar, capaz de perspectivar, capaz de desejar, nunca tive feitio para cobardias e vitimizações e por isso seguia sempre em frente, mas afinal estava cá tudo e tudo junto é tão pesado, acho mesmo que se partiu ou estragou irremediavelmente qualquer coisa. Choro porque fui viver sozinha quando tinha 15 anos e tive de gerir o dinheiro para a comida que faltava e a não ter ninguém que me mandasse para a escola e tive medo. Choro porque vivi em quartos alugados em casa de pessoas muito esquisitas que não viviam como aquelas que eu conhecia e tive medo. Choro porque passei fome a primeira vez, grávida da M. quando vivi na Ericeira e tive medo. Choro porque a M. nasceu 2.480 Kg e eu não tinha casa onde viver, fui para um quarto alugado sempre a sorrir e com tanto, tanto medo, tinha 18 anos. Choro porque levaram a M., os crescidos e eu tive de ir lá buscá-la "sozinha" à força e tive terror de não conseguir. Choro porque passei fome mais uma vez sempre a sorrir com uma filha e o futuro dela nos braços e tanto medo. Choro porque acreditei com todas as minhas forças que podia gerir o medo e passar-lhe ao lado e continuar a abdicar de mim, sempre o medo. Choro porque o P. morreu e com ele uma parte de cada um que o conhecia, tantos medos. Choro porque afinal estava sozinha nas minhas convicções de compromisso, nos valores que passei para as minhas filhas, o sofrimento nas caras delas, que medo! Choro porque passei fome mais uma vez, à escondida das filhas, enquanto vendia batatas e frutas aos vizinhos do meu prédio, da minha rua, sempre a sorrir... que terror! Choro porque tive de fugir do olhar das minhas filhas que precisavam de garantias de subsistência e de futuro e eu adulta e mãe... tanto medo. Choro porque não tive colo para mais uma parte de mim, terror! E finalmente choro porque sinceramente não percebo como pude passar por tanto, tão sozinha de família tão carente de amigos que tentei preservar o mais que pude numa medida o mais justa, legítima, possível para eles e para mim, tanta mágoa. É que esta coisa de família tem que ver principalmente, descobri recentemente, com uma coisa que é decisiva, o compromisso! Tanto medo! Problemas todos temos na vida e eu até acho que sou a responsável por tudo o que me dispus a viver e a aprender nesta vida, ou seja são oportunidades. A questão agora não se prende com a razão, mas sim com a incapacidade que tenho, fisicamente, de não temer, mesmo que seja por um dia só. As minhas filhas também têm saudades minhas. Sabes que penso muitas vezes na minha velhice e como vou viver nessa altura, de quê quero eu dizer, não me parece que aguente ver as minhas filhas a terem de me sustentar. Também não aguento voltar a passar fome que no meio da abundância me parece sempre horrivelmente gratuita. Achava que sabia um bocadinho quem era e para onde ia, mas afinal não sei e nem quero ir a lado nenhum".

Recordar: A diferença

entre audácia e temeridade é a coragem. a coragem é autenticidade. Depois, cá para mim, ainda a questão do que fazer com tanta verdade. é que aí nasce quase sempre o receio, a perplexidade… tempos confusos, tempos esquisitos, tempos crus. tempos duros. nós, sós e sempre os mesmos, bons.

Recordar. parece,


ouvi dizer há tempos, que alguma de nós, miúdas, temos qq coisa que ver com o violoncelo :)

Era uma vez...


a Princesa Ervilha.

Recordar

Não gosto dos olhares de vidas, que se querem perfeitos, vidas mascaradas de “bem-feitinhas”, correctas ainda que politicamente. Quero dizer, gosto esteticamente, mas acho-as uma chatice porque me aborrecem, porque não me estimulam, nem acrescentam. Falta-lhes vida, dor, verdade. Sabemos o que virá a seguir, longe da imprevisibilidade e da emoção, apenas a controlada. Gosto da coragem, do descaramento, do assumir dos medos dos sonhos, de quem se expõe à vida, também do juízo dos outros e que com ela aprende, numa troca que significa crescer em Liberdade.

Recordar "desenganei-o, desenganei-me"

desengano - s. m. - 1ª pess. sing. pres. ind. de desenganar


desengano
s. m.1. Saída do erro ou do engano em que está.
2. Franqueza, sinceridade (que não deixa lugar a enganos).


desenganar
v. tr.1. Tirar (a alguém) do engano.
2. Fig. Fazer perder a esperança.
3. Fazer claro a.
v. pron.4. Sair do engano; conhecer a verdade.
5. Pop. Decidir-se.

da coragem, que não tinha mas afinal tenho.
da coragem que não teve, porque pretende apenas viver.

Provas de Amor,

as mais belas, raras e únicas, fazem-se em Liberdade. De quem pode, para quem não sabe.
Livre

Recordar "Gestão da Raiva na direcção apenas de quem permitiu"

“ Por que raio é que eu tinha de me apaixonar :-( e me havia de aparecer pela frente um mulherão como tu és… Linda, boa pessoa, lutadora, com princípios e sonhos como os meus :-(

:-( - tradução do medo de se perder no sentir.

Ela e ele

Coração em ferida. Orgulho em ferida.
 

14.11.13

Estou aqui. Estive sempre. Sou e gosto. Respiro melhor no que é meu e com quem respira como eu, nas escolhas que devemos e podemos fazer à medida que nos vamos encontrando na vida. É bom sabermos quem somos, por isso mesmo, para sabermos escolher sem enganar ninguém.