liberdade
28.2.09
27.2.09
22.2.09
21.2.09
19.2.09
Robert Sapolsky, neurologista da Universidade Stanford, em resultado de investigações recentes e fascinantes na área da neuropsicolofisiologia, conta-nos como o amor e o ódio não são opostos fisiológicos do ponto de vista cerebral, mas sim estados muito semelhantes. Elie Wiesel, Prémio Nobel, sobrevivente de um campo de concentração dizia também que "o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença". Punset, Eduardo, Viagem à felicidade, As novas chaves científicas, Dom Quixote, 2008.
18.2.09
16.2.09
e eu
que sou também tudo isto mas tudo isso também, tenho que arranjar outro blogue... liberdade na primavera :)
15.2.09
São 158 miúdos entre os 4 e os 9 anos. Conheço-os há 3 meses. E eu que não decoro um único nome, porque tenho a certeza, ocupei o bocadinho do cérebro que sabe decorar nomes com outro assunto qualquer, na primeira semana em que os conheci decorei o nome de todos. Primeiro os mais cómicos e que sobressaíam, logo depois todos os outros, porque não quis que pensassem que lhes achava menos graça.
14.2.09
burnout da vida
O raça da miúda é tão rápida!... Eu para aqui a vê-la dar a volta ao mundo por ângulos únicos e diferentes que se há quem consiga é ela, e ela já foi e já voltou, também... naqueles exercícios que sabemos e que se querem protectores... E o instinto, agora, leva-me para as minhas filhas, igualmente prematuramente rápidas... respiro, concentro-me, paro, porque para já é o melhor que posso fazer por todas.
pois...
afinal também devo ter uns quatro cérebros, que os sinto perigosamente acordados, em diálogos quase vertiginosos, cruzados e rendilhados. Claro que sendo assim ela tem que ter pelo menos 6. Porque as minhas amigas são assim, poucas, mas com muitos cérebros. E agora acabada de recuperar duas delas, tenho que ter cuidado porque afinal de contas a razão nem sempre é amiga da emoção e quase conformada com a medida do tudo, aprendo a desfrutar e a viver o presente, quase livre do passado e sem depender da ilusão do futuro. Em paz.
chapéus "em fuga"
Pois... Eu a querer parar de pensar para desfrutar, e ela nesta medida… alucinam-se-me os raciocínios e “verdades”, agora com os critérios de cientificidade que a universidade me trouxe. Escrevo posts imaginários, diálogos quase desesperados… E de repente desejo-nos e revejo-nos debaixo dos chapéus de palha, no sol morno da praia, lado a lado: - tens que ter um plano, para lá mais ao fundo. - imaginas-te a fazer o quê? - … - ah, está bem :) Vai crescer para outro lado que eu sei, tal como eu. Vai e volta um dia, que já o senti. Vamos as duas percorrer o mundo, porque imagine-se não fazemos a coisa por menos! E ainda que de ângulos e ritmos diferentes, vai e volta um dia, que já o senti. E o nosso amor em liberdade é mesmo assim. Eu cá marco passo num novo ritmo assumido e desejado e aprendo a respirar fundo, a não temer, a viver em paz. Só isso, viver em paz.
12.2.09
10.2.09
amor
- Sentires que falhas como mãe ao aceitares ajuda da tua filha é tão válido como eu sentir que tenho a obrigação enquanto filha de ajudar no que é preciso. Seja portar-me bem ou outra coisa qualquer. Ainda ontem te queixaste do seguro do carro. Queres que faça o quê? Que ignore e diga: força aí, tu consegues? Que raio de filha seria? Isso magoa-te, mas não é por seres mãe. Não é regra. E mais, o valor que tens já é imensurável e nunca vai mudar. Por isso desculpa se te magoei.
- Não quero mais nada de ti a não ser a medida que já és. Adoro-te. E agora preocupa-te só com o teu dia de trabalho. Mãe
9.2.09
claro
que vais para a universidade este ano, é o teu ano mesmo que não o soubesses ainda. E o inglês, ai o Inglês... começo para o ano que vem e se quiseres vens também :D
8.2.09
tenho
sonhado, com cavaleiros, inteligências, institutos, coragens, psicologias, nortes e desnortes e paixões, com a certeza de quem normalmente sonha assim. E como os meus sonhos nascem para ser certos, não entendo o porquê da certeza desta feita, nestas ideias que se tornam fixas e que vêm até mim. É que afinal não o vejo, embora o sinta, assim.
ai a ervilha.
7.2.09
inteligências
já aqui contei como tenho a sorte de ser escolhida pelos livros que leio, fora do tempo de modas alheias. normalmente piscam-me o olho, às vezes mais do que uma vez, num garantir da importância, num garantir do momento certo e pertinente, ainda que para já só meu. foi assim outra vez e agora mesmo, do assombro à excitação, no confirmar de caminhos meus e dos que me estão próximos e ainda assim no avançar. palavras chave: psicologia multifocal; intelecto; auto-critica; resiliência; altruísmo; debate; carisma; intuição criativa; emoção.
liberdade
inflamem-se as alminhas-mais-politicamente-correctas, e ainda que correctas, rígidas e por isso desprovidas da resiliência e criatividade, tão necessárias à sublimação das vidas (acho eu). e porque a verdade nunca é uma só (ainda bem). e porque a subjectividade de cada olhar se valida, na própria existência, no próprio respirar. ontem reparei, quase com soberba de quem conquista uma certeza, no potencial maravilhoso da tão polémica frase:
“por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher” :)
haja pois homens com medida suficiente para mulheres assim! porque mulheres assim se quisessem estariam à “frente”, mas preferem ficar “atrás”! é portanto uma sua escolha, possivelmente de quem sabe que as suas “frentes” são outras e sem ter de provar nada, sabem e podem ser assim. haja pois homens com medida suficiente para mulheres assim!
6.2.09
liberdade
"... andei até à 4ª classe num colégio privado, considerado, principalmente na época, revolucionário tanto de gentes como de método, mais ou menos o método que segue a corrente da escola moderna. quando falo nisto a pessoas um bocadinho mais formatadas-clássicas-(betas)-que-se-querem-modernas-na-moda-faschion, costumo referir que comigo, entre outros, “famosos” mas mais alternativos, estava a margarida pinto correia, aquela, casada com o luís represas e que está neste momento à frente da casa do gil – projecto de apoio a crianças. normalmente quando me sabem enquadrada assim, sossego alguns preconceitos quanto a uma possível minha medida mais estranha e posso então explicar o privilégio e a sorte de ter andado numa escola assim. cresci então num ambiente, pensava eu na altura ser o único, em que todos os gestos dos crescidos, todo o projecto educativo, que ia muito além da aquisição de conhecimentos, se tornaram nas minhas maiores referências e recursos pessoais, até hoje. o princípio subjacente a tudo era o da tolerância, mas acima de tudo da responsabilização de nós próprios sempre em interacção com os outros. partindo do pressuposto que um ser humano tem um determinado potencial, seja ele qual for, a par da sua própria complexidade e da interacção com o meio que o rodeia, a pessoa que está ao nosso lado saberá sempre qualquer coisa mais do que nós e nós mais do que ela. e visto por este modo é tudo muito simples. imaginemos uma criança que tem muita facilidade em matemática (as razões podem ser várias), ao lado está o colega que aparentemente tem sempre muitas dúvidas e dificuldades. assim de repente, vemos um potencial miúdo com possibilidades de no seu percurso conquistar etapas úteis para a sua vida, elogiado pelos professores, reforçada a sua auto-estima, facilitadas conquistas e “poderes” futuros, etc. depois olhamos para o outro na medida inversa. agora imagina que os miúdos têm 6 anos e que estão no recreio. um estagiário resolve fazer um jogo em que estão todos numa roda (estou a inventar :)), começam por escolher um tema ou uma tarefa, e depois à vez, cada um vai ao centro executar essa tarefa, uma representação, o que for. desta vez alguém escolheu: - desapertar e apertar um atacador do sapato! – um a um começam a ir ao centro orgulhosamente e numa excitação exibir a sua recente habilidade (têm 6 anos…). entretanto o poderoso-da-matemática durante minutos eternos e com pensamentos rápidos de quem é bom em cálculos, tenta decidir o que fazer: visto não saber ainda atar os atacadores; não querer expor-se aos outros nessa medida frágil; não querer sentir a frustração, a vergonha e o pôr em causa da sua própria medida. a pressão é enorme, e embora o tema atacador seja aparentemente menor do que o da matemática, ele com 6 anos não sabe disso nem pode saber. a verdade é que a sua construção como pessoa (sempre em interacção com os outros) depende e constrói-se também ali e em momentos e medidas assim. dois desfechos, pelo menos, são possíveis: - não gosto deste jogo! e foi-se embora, perdendo tudo o que a experiência lhe poderia acrescentar, mesmo que no superar dificuldades. ou então corajosamente vai ao centro, não admitindo a sua “fraqueza” e tentando ali mesmo fazer o seu primeiro laço. neste caso nem interessa se conseguiu ou não, porque existiu sempre, “a carga” de todo o jogo, de todos os olhares, na leitura que afinal de contas ele fez dele próprio. quem diria, um simples atar de um atacador… (para o que me havia de dar… até parece que tenho tempo :)). na escola onde eu andei os elogios sobravam sem tabus nem temas preferidos. e éramos todos “iguais” em potencial, um a um, num todo comum, na sociedade. mas ainda não falei da responsabilização, pegando no exemplo anterior, vemos novamente o craque-a-matemática (agora na escola onde eu andei), reparar no craque-do-atacador: - o que foi? não consegues fazer? não percebes? é muito fácil, queres ver? blá, blá, blá. não é certo que o craque-do-atacador passe também a craque-da-matemática, mas certamente leva dali um bom momento de partilha, quem sabe de tira-dúvidas, porque explicado por uma criança que fala como ele, e de certo um amigo (tantos certos, já viste?). entretanto no jogo do atacador o craque-da-matemática, porque acima de tudo se sente bem, sem demasiada pressão, faz uma careta, e ainda que um bocadinho nervosa, cómica, enquanto caminha para o centro ri e diz: - acho que se calhar não vai ficar muito bem… e começa a tentativa… o craque-do-atacador também se ri e numa irreverência saudável naquele recreio, decide adaptar as regras do jogo às circunstâncias e ensinar o craque-da-matemática a fazer o que melhor sabe. ganha um que é bom no atar e ganha o outro que fica a saber como fazê-lo na próxima vez. ganha um na capacidade do assumir do gesto e portanto protagonista do momento, ganha o outro na capacidade em receber ajuda sem que a sua medida possa ser posta em causa. não somos todos iguais, claro está e eu pela vida fora, acabei por muitas vezes ser apanhada de surpresa por medidas que não sabia sequer quantificar ou qualificar. mas a verdade é que mais do que através das palavras que dizemos ou ouvimos, é através da linguagem dos gestos que vamos muitas vezes, validar ou sossegar os medos as dissonâncias na construção de nós próprios, na construção dos nossos filhos. e agora, porque acima de tudo acredito que é na partilha que nos vamos construindo sempre pela vida fora, vou dizer-te o que penso e sinto enquanto mãe/pai (um resumo :)). devo dizer, antes do mais que nem sempre consigo pôr em prática e ser coerente nos gestos em relação a tudo em que acredito e defendo. sou obviamente carregada de dificuldades tal como outro ser humano qualquer. mas acredito e consigo na maior parte das vezes num exercício de puro amor, colocar-me fora da equação e olhar para os filhos como seres humanos, cheios de potencial e de sonhos próprios e completos na sua complexidade de que fazem parte também sensibilidades, fraquezas, medos e inseguranças que devemos acima de tudo ajudar a ultrapassar. na maior parte das vezes, permitindo mais com os gestos e o olhar, que “fracassem” sem se amachucar, mas que avancem no tentar e no conquistar. a verdade é que podemos influenciar, TANTO! é um poder que na maior parte das vezes me assustou, tal a responsabilidade que lhe reconheço. costumo dizer, a propósito de feitos atrás de feitos (aqueles mais óbvios aos olhos da sociedade), das minhas filhas e que também a mim, obviamente me enchem de orgulho, que o meu grande mérito foi o de não ter “estragado” a medida que sempre foi a de cada uma delas. o poder de um pai/mãe, não está nas palavras, embora muitas vezes sejam as palavras que mais recordamos, mas sim na linguagem corporal no dizer de tais palavras, que as tornam verdadeiras e válidas no nosso sentir e por isso a vontade e força para as experimentar. é difícil, tão difícil… controlarmos os nossos próprios limites e sonhos nessa tal linguagem subliminar e ao abrir mão do nosso poder de adultos, permitirmos que um qualquer outro poder se construa, ajudado neste gesto de amor para com os filhos. a capacidade de acreditar na medidas deles, na verdade, no melhor que puder ser".
e
"podia agora, pôr-me aqui com frases e mais frases, carregadas de sabedoria e de nobres intenções, também tão na moda, principalmente na blogo-esfera mas não só. tenho-me apercebido que tantas vezes os blogues (o meu incluído) enquanto fenómeno, espelham aquilo que mais queremos muitas vezes negar de nós próprios, incapacidades várias que tentamos negar, inseguranças que tentamos contrariar, fazendo o registo de sonhos e das mais variadas intenções positivas, numa construção de um personagem menos imperfeito aos nossos próprios olhos, porque validado aos olhos dos outros. e se assim é, é porque é normal no ser humano". e?!